O PSC teve um bom começo de jogo contra o Sport. Podia ter feito gol, inclusive. Perdeu oportunidades por falta de competência e apuro nas jogadas de área. O único momento agudo foi com Borasi quase ao final do 1º tempo. Livre na área, ele bateu forte, mas o chute foi em cima do goleiro Caíque França, que espalmou e evitou o gol. Com três atacantes – Borasi, Nicolas e Jean Dias –, havia força para chegar junto à área, mas a afobação prevalecia, atrapalhando a construção de ataques que levassem a algum resultado prático.

Juninho se desdobrava entre o meio-de-campo e a linha ofensiva, mas em vários momentos ficou óbvio que os atacantes não tinham função clara. É como se estivessem ali para demarcar espaço, mas o importante era partir para cima dos zagueiros, e isso não ocorreu.

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O jogo era extremamente favorável ao PSC, pois o Sport jogava mal, limitando-se a defender e rebater bolas em seu campo de defesa. Não acertava uma saída em contra-ataque e tinha em Pedro Martins uma peça improdutiva, errando todos os passes na intermediária bicolor.

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Aos 36 minutos, na primeira chegada mais forte, Zé Roberto testou por cima do travessão, após cobrança de falta por Lucas Lima. Nos acréscimos, Nicolas teve um lampejo: antecipou-se aos zagueiros e acertou um belo cabeceio, mas o goleiro conseguiu segurar.

Veio a segunda etapa e o Sport melhorou. Com Dalbert na ala esquerda e Barletta, o time rubro-negro cresceu. Avançou suas linhas e fez com que a bola passasse mais por Lucas Lima, que acionava os atacantes Zé Roberto e Wellington Silva.

Aos 18 minutos, saiu o gol. Após Zé Roberto descolar um passe rasteiro na diagonal, o lateral Igor Cariús apareceu de surpresa na área, vencendo Kevyn na corrida e tocando na saída de Diogo Silva. Estabelecida a vantagem, o Sport fechou ainda mais a casinha, substituindo Lucas Lima pelo zagueiro Luciano Castán.

Márcio Fernandes trocou Juninho por Robinho, Nicolas por Joel e Jean Dias por Esli García. As jogadas começaram a fluir, mas faltava contundência. Para piorar, as vaias da torcida deixavam o time ainda mais tenso. Netinho substituiu Matheus Trindade, mas não contribuiu para a reação esperada. No único chute a gol, ele mandou nas arquibancadas.

Confuso na articulação e pouco inspirado nos avanços sobre o adversário, o PSC martelava com bolas aéreas, mas deixou o tempo escoar sem alcançar o empate, apesar dos 11 minutos de acréscimo.

Cenas de violência antes e depois da partida

Apancadaria generalizada entre facções uniformizadas, que levou pânico às ruas de São Braz no começo da tarde, parece ter inspirado alguns torcedores do Papão dentro do estádio da Curuzu. Revoltados com o mau desempenho do time, dedicaram-se a trocar socos e pontapés, dando muito trabalho à Polícia.

Em campo, o clima também foi bélico. Esli García e o goleiro reserva Matheus Nogueira trocaram empurrões logo após o apito final. Foram contidos pelos companheiros, mas poderiam ter sido expulsos, prejudicando ainda mais a equipe.

Uma clara demonstração do clima conturbado que persiste na Curuzu, mesmo depois da saída do técnico Hélio dos Anjos, a quem se atribuía boa parte dos desentendimentos e conflitos internos.

O fato é que o destempero emocional dominou o ambiente da partida. Ao longo do 2º tempo, o árbitro André Luiz Policarpo paralisou a partida por duas vezes para recolher sandálias e outros objetos atirados em campo pela torcida.

Um sinal de que a súmula vai carregar em cima de incidentes no estádio, com o risco de punições para o PSC na reta final da Série B.

Preparação emocional pode fazer muita diferença

Quando pisar no gramado do Mangueirão, domingo à tarde, o Remo terá que estar mentalmente preparado para as circunstâncias do jogo decisivo contra o São Bernardo. A pressão pela vitória – resultado que garante o acesso à Série B – estará toda sobre os ombros dos azulinos.

Um exemplo recente serve de alerta. Contra o Volta Redonda, na terceira rodada do quadrangular, o time mostrou em vários momentos sentir o peso da responsabilidade diante de quase 45 mil espectadores.

Raimar e Bruno Bispo erraram além da conta, evidenciando um nervosismo que comprometeu tomadas de decisão e afetou até a mais simples troca de passes. Foi um jogo que o Remo abdicou de pressionar desde o começo, como recomendam os manuais de comportamento para mandantes no futebol.

Por essa razão, espera-se atitude completamente diferente na partida contra o São Bernardo, que vem em busca de um empate para permanecer vivo na disputa pelo acesso.

A mentalidade vitoriosa, tão exigida nesses momentos, precisará ser incutida antes do confronto, a fim de que o time entre em campo preparado para encarar todos os desafios – e, principalmente, não se deixar perturbar pelo barulho da massa torcedora.

Pode-se dizer, portanto, que a decisão começará de fato a ser jogada e vivida pelos jogadores do Remo alguns dias antes do pontapé inicial.

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